segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Legislativo discute a questão do lixo no Município de Rio Grande

Em sessão extraordinária, foram debatidas, na tarde desta sexta-feira, 9, na Câmara Municipal, questões relativas ao lixo no Município. A proposição foi requerida pelo vereador Charles Saraiva (PMDB) e aprovada pelo Legislativo rio-grandino. Na oportunidade, foi apresentado um vídeo sobre o aterro sanitário do Rio Grande, explicando o seu funcionamento. Durante o evento, também foram tratados assuntos como recolhimento de lixo, coleta seletiva, depredação de contêineres e depósito de lixo em locais inadequados.

Aterro Sanitário

O aterro sanitário, ou central de tratamento de resíduos sólidos, do Rio Grande está em funcionamento desde 2009, em uma área de 54 hectares, localizada na vila da quinta, à margem da BR-392, próxima à linha férrea no sentido Rio Grande-Pelotas. É para lá que vai todo o lixo recolhido na cidade. A estrutura segue padrões internacionais e recebeu recentemente a recomendação de certificação na norma ISO 14001 e ISO 9001, tornando-se o primeiro aterro sanitário do RS a obter tal característica. Na audiência, foi enfatizado que apenas 10% dos municípios brasileiros possuem sistema de aterro sanitário e que somente 115 municípios do Brasil teriam qualidade de aterro semelhante à rio-grandina. Tais informações enaltecem a administração municipal, que, segundo o secretário Geral de Governo, Leonardo Salum, é exemplo e está no caminho certo em se tratando de destinação de lixo urbano, mas o assunto, conforme Salum, precisa continuar em debate para que sejam alcançados mais resultados positivos.

Manifestações da comunidade

A advogada Ieda Denise Nóbrega Elste, da comissão do meio ambiente da OAB, manifestou-se a respeito da possível utilização do aterro sanitário para o tratamento de lixo de outras cidades na tentativa de regionalizar o lixo em Rio Grande. Segundo ela, o assunto fora amplamente discutido no ano passado quando a comunidade se mobilizou organizando um abaixo assinado com mais de 30 mil assinaturas contrárias à regionalização do lixo. Conforme a advogada, se a proposta for levantada novamente, será ignorada a vontade da comunidade que é unânime contra a vinda do lixo de outros municípios para Rio Grande. Neste momento, o vereador Charles Saraiva interviu alegando que o objetivo da audiência não seria falar sobre a regionalização do lixo em Rio Grande, mas sim discutir o lixo na cidade. Conforme o parlamentar, o assunto não está mais em questão.

A bióloga Juliana Barros do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental, Nema, ressaltou a importância de as pessoas separarem o lixo em casa, além disso, segundo ela, o depósito de lixo em locais inadequados, como nas dunas da praia do Cassino, também é um problema grave. A bióloga sugeriu que a Prefeitura invista em campanhas de educação e disse ainda que gastar dinheiro público com a limpeza desses pontos acaba deseducando mais ainda a população que continuará depositando resíduos nos locais.

Durante a audiência, também houve manifestações a respeito da coleta de lixo em bairros não-regulamentados, coleta de lixo reciclável e implantação da usina de triagem do lixo, que poderia reduzir em cerca de 30% o volume dos resíduos a serem processados no aterro sanitário. A estrutura é uma promessa antiga do Executivo.

Colocações finais

Respondendo aos questionamentos, o secretário municipal de Serviços Urbanos, Paulo Rogério Mattos Gomes, informou que a coleta de lixo em bairros não-regularizados é feita até onde o caminhão pode ter acesso. Para alguns locais com estrutura de acesso mais precária, ainda se faz necessária autorização ambiental.

Ao que diz respeito à implantação da usina de triagem, o secretário explicou que a intenção era que a estrutura entrasse em funcionamento junto com o aterro, em 2009, mas, na ocasião, não houve licença ambiental. A expectativa agora, de acordo com Rogério, é que nos primeiros dias de janeiro de 2012 tenha início a instalação da usina que fará a separação do lixo.

Sobre investir em campanhas de educação, Gomes ressaltou o projeto Quero-Quero que trabalha com as crianças a consciência de conservação ambiental. O município recebeu o título de Cidade Cidadã, recentemente em Brasília, pela atuação do projeto. A respeito de coleta seletiva, o secretário afirmou que, a partir de 2012, o trabalho será intensificado, especialmente no centro da cidade.

O secretário disse, por fim, que esperava uma presença mais expressiva da comunidade rio-grandina na Casa Legislativa para tratar deste tema e considerou o público reduzido como "um bom sinal".

(Fonte: http://www.jornalagora.com.br)

Um comentário:

  1. A campanha de educação visando a separação do lixo em casa, muito ajudará na preservação do meio ambiente.

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